Brasil, Um Retrocesso Histórico

José Paulo Soffredi Soares  - Economista

Na década de 60, Juvenal era o motorista do francês Barão De Rosèn, presidente da Simca, uma das maiores indústrias automobilísticas de então.

 

Juvenal relata que ao conduzir a esposa do barão, Madame De Rosèn, pela capital de São Paulo, repentinamente, aos gritos, o fezrar o carro na Avenida São João, próximo ao Rio Anhangabaú, hoje invisível por estar totalmente canalizado, afinal evoluímos muito em obras viárias.

- O que houve madame? Pergunta o motorista assombrado.

- Juvenal, olhe ali... O Carteiro jogou um pacote de correspondências no rio. Desça a margem e pegue imediatamente, falou a madame com indignação.

Juvenal, com sapatos, terno, quepe e gravata pretos e camisa branca, achou melhor obedecer e, de fato o pacote era grande, um fardo propriamente dito, que o carteiro queria “poupar o trabalho” de entregá-las uma a uma, mas seu ato indolente e incivilizado não passou impune, pois foi denunciado diretamente ao governador. Era o confronto indignado entre o primeiro e o terceiro mundo.

50 anos se passaram e evoluímos muito em todos os sentidos, ao ponto de os Correios do Brasil se tornar a instituição mais confiável do país. Entretanto hoje os maus exemplos dos dignitários da república prevaleceram, os maus costumes também, a educação se tornou menos importante e os valores morais foram abolidos com o fim do “certo e errado”, com a implantação do “tudo pode”, do se dar bem a qualquer preço, e com isto retrocedemos ao ponto de, em plena era do e-commerce, alguns países se recusarem a enviar seus produtos pelos correios, visto o alto índice de extravios, por que não dizer roubos, nas entregas domésticas.

Este fenômeno se observa em todas as áreas, sejam BNDES, Caixa Federal, Petrobrás, Obras da copa, e a Lava Jato que o diga.

SIM, RETROCEDEMOS.